quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Crescimento insustentável


Cá como lá, as bolhas são quem mais ordenam.


Uma espécie...

... e quem dera que fosse extinta!!

Fundações, observatórios e institutos públicos. Depois de se ter cortado 30% nas fundações e extinguido 4 delas, parece que todos se esqueceram do resto do cancro: as que ainda ficaram e que podiam muito bem ser extintas e os observatórios + institutos públicos. É aqui que me parece que está grande parte do cancro... Ele continua vivo, principalmente nos Institutos, que penso que ainda são bastantes.

Bem, mas por agora vou "publicitar" a reportagem que a TVI fez sobre os Observatórios, disponível no site oficial da TVI, a qual podem aceder aqui. Vale os 27 minutos que se perde.

No blogue do Ricardo Campelo de Magalhães (Economista) também está disponível uma lista destes observatórios, no entanto podem aceder a esta página onde tem uma descrição sobre cada um e está em permanente atualização.

Em baixo, apresento a lista publicada no blogue do Ricardo Campelo de Magalhães, que foi compilada por Carlos Guimarães Pinto.

E depois desta pesquisa, não percebo como o Estado não apoia este Observatório Económico de excelência que são os Viriatos da Economia!! eheheh

Bernardo Botelho Moniz


Oferta de emprego


Empresa: RTP » quem sabe um emprego para a vida!!

Cargo: Provedor » já soa a tacho ;)


E perguntam agora vocês: O que vai fazer um provedor?

Intervenções profiláticas



Percebido?  Não? Aqui segue um exemplo...





Uma série chamada RTP: novo episódio

via Jornal Público

Não venho falar da recuperação da TV Rural, se acho que é bom ou mau. Não.
Venho falar sobre a posição do Sindicato dos Jornalistas descrita na respetiva notícia.


Posição do Sindicato dos Jornalistas
O Sindicato dos Jornalistas também já classificou de “infeliz”, “chocante, absolutamente inadmissível e inconstitucional” a proposta da bancada dos partidos da coligação. A direção daquela estrutura sindical diz que foi com “enorme perplexidade e profundo repúdio” que se apercebeu do conteúdo da recomendação ao Governo.
Afirmando nada ter contra as “preocupações de natureza cultural e cívica” dos deputados sobre as “lacunas e necessidades” do serviço público, o sindicato diz que é “chocante, absolutamente inadmissível e inconstitucional” que o façam através de uma recomendação ao Governo. Porque isso é uma clara ingerência na orientação da programação da RTP, atitude que viola a Constituição, que consagra a independência da comunicação social em relação ao poder político.
O Sindicato realça que a RTP “não é nem pode ser uma coutada do Governo” e lembra que este “está impedido de interferir na orientação da programação dos seus serviços”. A intervenção do Estado, realça a estrutura sindical, limita-se à nomeação da administração e à celebração do contrato de concessão.

Uma ingerência na orientação da programação? Ah, claro. 
Então porque acham que a maioria dos deputados e políticos são a favor da manutenção da RTP pública? O tal chamado serviço público não passa de uma forma encapotada de decidir politicamente o que vai ou não para a programação.

Como disse o Marcelo, na TVI, já não me lembro bem quando, a propósito da concessão da RTP a privados, ele afirmou mais ou menos isto: primeiro, tem de se definir o que é o serviço publico em concreto e depois garantir o cumprimento desse serviço público pelo privado.

Ora, neste caso, está-se a decidir (ou melhor, a maioria PSD-CDS propõe) que o tal TV Rural passe a fazer parte do tal serviço público. E não foi essa a desculpa usada pelo sindicato contra a privatização da RTP? A do serviço público? Logo, seria de supôr que o sindicato não se mostraria contra esta proposta.

Sendo eu um liberal, e claro, um adepto da privatização da RTP e de qualquer meio de comunicação, não me choca esta suposta "ingerência". Acho que os proprietários dos jornais, revistas e canais têm todo o direito de influenciar a sua programação. 
Aliás, acho que seria mais saudável para toda a sociedade se cada meio de comunicação social revelasse as suas tendências e influências políticas. Sabermos que o jornal x tem tendências socialistas/comunistas e o jornal y tendências liberais. Os leitores sairiam a ganhar pois saberiam de antemão que quem escreve aquele artigo tem essa ou aquela ideia pre-concebida. 

Pedir aos meios de comunicação social ou a qualquer ser humano 100% de imparcialidade além de ridículo, é estúpido. Somos humanos, formamos ideias na nossa cabeça, nunca conseguiremos ser totalmente imparciais. Ver casos de jornalistas que são comentadores ao mesmo tempo, como José Gomes Ferreira ou Constança Cunha e Sá. Ver que a mesma pessoa entrevistada por jornalistas diferentes nunca é igual. Mesmo que o conteúdo das perguntas seja o mesmo, a forma e a agressividade de como elas são proferidas é sempre diferente. 

Penso que seria muito interessante termos jornais a relatar as notícias de formas diferentes. O leitor tinha a oportunidade de ler duas, três, quatro versões da mesma e a possibilidade de escolher com qual delas se revê mais.

Querer um "serviço público" de televisão, pensei eu, seria o parlamento e o governo decidirem alguns dos programas que vão para a programação, com a famosa desculpa que têm o mandato dos portugueses. Afinal ainda há gente que vive na lua... este sindicato só pode ser ingénuo... ele quer a televisão na posse do Estado, mas sem interferências políticas. Então eu pergunto: se é para isso, para que não haja interferências políticas, a melhor maneira não seria privatizar? Pois, mas nós sabemos o que os sindicatos querem: uma televisão pública que continue como está, com dívidas e a gerar défices sucessivos, que mesmo assim não despeça pessoas nem desça salários... É que se fosse uma empresa privada, há muito que já não existiria...

Aproveito para retirar um excerto, em tom de ironia, do 31 da Armada: "Era só mais o que faltava o parlamento obrigar a RTP a fazer serviço público. A televisão de serviço público, paga com o dinheiro dos contribuintes, tem que ser autónoma para decidir entre o TV Rural e o Preço Certo."

Bernardo Botelho Moniz

Explicando a recessão europeia

Explicando a recessão europeia
por , Insituto Mises Brasil


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O economista americano Steve Hanke, professor de economia aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, EUA, considerado uma sumidade em assuntos monetários (foi ele quem acabou com todas as hiperinflações das ex-repúblicas soviéticas no Leste Europeu, da Bósnia e da Argentina), cunhou uma frase da qual todo cidadão comum jamais deveria se esquecer.  Hanke a rotulou de 'regra dos 95%': "noventa e cinco por cento de tudo que é escrito sobre economia ou está errado ou é irrelevante."

Tal regra é perfeitamente aplicável para as análises feitas sobre o atual estado das economias europeias.  Segundo os especialistas, o problema está na tal 'austeridade', a qual estaria sendo imposta a todo o continente pelos malvados alemães por motivos puramente sádicos, e estaria sacrificando os pobres gregos, espanhóis e portugueses.  Culpar a austeridade é uma postura que gera aplauso fácil porque significa condenar cortes nos sagrados programas assistencialistas europeus, os quais todos os economistas convencionais sonham ver serem adotados universalmente em todos os países do Ocidente — adoção essa que requereria a supervisão destes economistas, é claro.

Muito embora a "austeridade" europeia esteja sendo feita não por meio exclusivo da redução de gastos, mas sim por uma combinação entre redução de gastos e elevação de impostos — e, como mostrou Philipp Bagus, os déficits orçamentários continuaram intocados —, ela não é a causa precípua da prolongada recessão do continente.

Qual é então o problema? 

Como tudo começou

Durante a década de 2000, os países europeus, e mais acentuadamente Espanha, Portugal, Grécia e Irlanda, vivenciaram tão explicitamente todas as etapas de um ciclo econômico descrito pela Escola Austríaca, que tal exemplo deveria doravante figurar em todos os escritos sobre o tema ciclos econômicos.  O ciclo econômico vivenciado por estes quatro países está sendo tão completo, que é difícil imaginar algum outro exemplo prático que melhor ilustre aquilo que é descrito pela teoria austríaca.

A crise econômica e financeira europeia começou da mesma maneira que se iniciam todos os ciclos econômicos: por um processo de enorme expansão do crédito orquestrado pelo Banco Central Europeu em conjunto com o sistema bancário de reservas fracionárias dos quatro países citados.  Tal processo de expansão do crédito consiste meramente em um processo de criação de dinheiro do nada.  E é assim em todo o mundo atual. 

Sempre que uma empresa ou um indivíduo qualquer vão a um banco e pedem um empréstimo, o banco cria do nada dinheiro eletrônico na conta-corrente deste tomador de empréstimo.  O dinheiro não foi retirado de nenhuma outra conta.  Ele simplesmente foi criado.  O bancário apertou algumas teclas no computador e dígitos eletrônicos surgiram na conta-corrente do mutuário.  É assim que o dinheiro entra na economia no sistema monetário atual e é assim que a quantidade de dinheiro em uma economia aumenta.  O sistema bancário destes países europeus, atuando sob a proteção e estímulo do Banco Central Europeu, literalmente criou bilhões de euros para serem emprestados para empreendedores e consumidores.

(continua)

E é assim que se gasta o nosso dinheiro...

O blogue Má Despesa Pública publicou no dia 18 deste mês um artigo, que se referia ao aluguer promovido pela Câmara Municipal do Seixal (PCP) para transportar manifestantes para Lisboa, para as manifestações da CGTP-IN nos dias 31 de Outubro e também no dia 15 de Dezembro. Ver o mail da seguinte imagem.


Como se isto não fosse suficientemente vergonhoso e indecente, eis a resposta da Câmara... (Via Declínio e Queda)

«Em declarações à TVI24, a Câmara confirmou a situação e argumentou: “Este apoio não é uma despesa, mas sim um investimento, na medida em que o benefício gerado junto da comunidade municipal será muito superior ao seu valor monetário.” E acrescentou que se trata de “uma boa prática na parceria com as instituições do Concelho do Seixal, na prestação do serviço público e melhoria das condições de vida das populações”.»

Benefício gerado? Eu só me pergunto o que deve pensar o seixalense comum sobre esta gestão do seu dinheiro... E só falta dizer: Levem-me à Lua!!

Que vergonha, nuestros hermanos

Sociologicamente falando, algo se passou nas economias ocidentais nas últimas décadas que deveria dar que pensar a muitos filósofos e sociológos.

A par de um Estado que se apelida de democrático e agente beneficiador dos seus concidadãos, cada vez mais reprime o seu próprio povo com instituições que nos obrigam a fazer coisas que não nos perguntaram se queremos ou não, como a SS por exemplo, dizendo-nos que é no Estado e nos seus políticos em quem devemos confiar, chegando ao ponto de depositarmos parte do nosso dinheiro nas suas inocentes e bem intencionadas mãos !

Mas depois acontece isto aqui ao lado:


O "tesoureiro" do PP espanhol generosamente recebeu donativos de empresários e entregou-os também generosamente às cúpulas dos partidos, isto antes de Rajoy ser primeiro-ministro. Pois, também está na lista de pagamentos, claro.

A decadência moral espalha-se nas sociedades democráticas de hoje tão ou mais depressa do que em qualquer tipo de tirania ou ditadura no passado. Há muita boca aberta cheia de fome.

Como pode Rajoy ter autoridade para exigir sacrifícios e austeridade aos espanhóis, quando mentiu na campanha eleitoral, à semelhança de Passos Coelho, e se revela um autêntico decadente moral ao sujar as mãos desta maneira ?

Tiago Mestre

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Mais uma dose de Keynesianismo, please



O PIB da maior economia do mundo contraiu no último trimestre do ano passado de forma inesperada. O Departamento do Comércio norte-americano anunciou hoje que a economia do país contraiu a um ritmo anual de 0,1% nos últimos três meses de 2012, constrangida pela maior descida nos gastos da Defesa em quatro décadas.

notícia aqui



Comentário:

Os leitores do Viriatos naturalmente não ficam supreendidos ... E isto ainda não é nada comparado com o que está para vir. Ora venha mais uma dose de Keynesianismo, please!!



Telemóvel há muitos, seus palermas!


Telemóvel

Lei publicada pelo Congresso dos EUA proíbe, desde ontem, o desbloquear de smartphones e a prevaricação é condenada com multa de 375 mil a 750 mil euros (500 mil a um milhão de dólares) e pena de cinco a dez anos de cadeia. A proibição, justificada como defesa dos direitos de autor, coloca a questão de quem é o telemóvel: do dono ou do operador.
notícia aqui


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Chama o António

António Costa avança para o PS e para Lisboa

notícia aqui






A bolha imobiliária portuguesa


Pedro Bingre, 

Apresenta-nos uma das melhores explicações sobre a bolha imobiliária portuguesa que foi decisiva para chegar a este buraco da dívida.

Poucos querem assumir que aconteceu também uma bolha imobiliária em Portugal, nem especuladores, nem banca, nem políticos, nem proprietários assumem este rotundo falhanço.

Todas as partes envolvidas na bolha procuram agora aguentar esta situação até ao limite na tentativa que a economia real não entre em confronto com a economia artificial que foi construída no passado do boom imobiliário português

Esta má alocação de recursos que consistiu em desviar dinheiro de investimento produtivo para o investimento especulativo, teve como resultado, ironia das ironias, o nosso maior endividamento externo de sempre para comprar solo português.  

Chamo também a atenção dos leitores para como surgiu na economia todo este dinheiro artificial (a má moeda) que nada mais foi que dinheiro criado pela banca europeia a partir do nada que serviu apenas para criar uma falsa expansão de prosperidade nos países que se depararam com todo este dinheiro fácil e apenas criaram bolhas

Sobre a evolução futura do imobiliário português, a mensagem é clara, se queremos que os jovens permaneçam em Portugal os preços do imobiliário então devem descer vertiginosamente.









É tarde, mas nunca é tarde demais

Que bom que é ver os media a publicar estudos de instituições que há muito descobriram o óbvio:


Só já não acredita quem não quiser

Tiago Mestre

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Bernanke to Oprah: "I've Been Doping for Years"




Saga Toninho (In)Seguro continua...

via RTP

Ontem, nos Açores, António José Seguro vem dizer: "... não pode haver prejuízo para quem gere bem as finanças públicas da sua região. Este é um compromisso que aqui deixo."

De facto, totalmente de acordo, devemos prezar e motivar quem gere os recursos de forma mais eficiente. No entanto, não é o mesmo que diz que deve haver solidariedade entre Europa do Norte e Europa do Sul? Da mesma forma, levaríamos a crer que também era favorável à solidariedade entra Madeira e Açores...

Enfim, venha o Costa...

Quem está desalinhado é o resto do mundo


O bilionário George Soros considerou hoje que a zona euro está desalinhada face ao resto do mundo no que diz respeito às medidas consideradas necessárias para sair da crise económica, especialmente pela recusa de injetar mais dinheiro nas economias.
notícia aqui

E destaco da mesma página da notícia este comentário:

Quem está desalinhado é o resto do mundo... [Leitor não registado]

Se a Europa está a fazer tão mal, porque é que o euro sobe face a tantas outras moedas? Tirando o BCE, tudo o que é banco central tenta desvalorizar a sua moeda, política que como se sabe por tantas lições da História, só conduz ao protecionismo, por vezes à guerra. Porque é que as contas externas da UE são equilibradas, sem o défice absurdo dos EUA ou o excedente patológico da China? Ou talvez seja o Japão com a sua dívida pública estratosférica o exemplo a seguir? Não, meu caro Soros, a Europa é um oásis de sanidade neste mundo. Isso será compreendido a seu tempo...





Greed




domingo, 27 de janeiro de 2013

Saga Toninho (In)Seguro

via Jornal Público

AJS: O Passos Coelho quer um "Estado Mínimo". Sou "contra este Governo, o Governo mais ultraliberal” da história do país".

LOL!! Ao menos sabes o que é um "Estado Mínimo"? Eu explico: um Estado que exige poucos impostos, com cargas fiscais baixas. Isso sim é o tal Estado Mínimo. 

Conclusão: Ainda achas que esse é o tal Estado que o Governo nos leva?

Agora que será de ti quando descobrires isto... e não teres desculpa na cartola?? Muito pelo contrário, o que podes criticar é, porventura este governo estar a ser ligeiramente socialista.

Ai Seguro que será de ti!? O que vale é que os portugueses não são nenhuns totós, a ver pelos comentários da notícia. A grande maioria aplaude esse Estado Mínimo.

E quem me dera que esse Estado fosse a nossa realidade.

A Europa dos Euros esbanjados


Planeamento Central » Burrocracia » Corrupção  = Socialismo


Islândia tentou encontrar o seu caminho. Está de parabéns

Mais uma visão interessante de quem teve que corrigir problemas graves num país tão peculiar como a Islândia, e pelos vistos com resultados bem positivos

- Evitou a austeridade
- Deixou os bancos irem à falência,
- etc, em apenas 3 minutos


Tiago Mestre

sábado, 26 de janeiro de 2013

O caso Liliana e os seus 10 filhos - ensaio social

Este assunto é por natureza demasiado sensível, podendo facilmente polarizar a opinião pública.

O caso em questão refere-se à mãe Liliana e seus 10 filhos, que por ter recusado algumas das medidas que o tribunal de Sintra decretou há uns anos, vê agora uma sentença que a inibe de manter 7 dos seus 10 filhos em casa.

O tribunal decide em função das leis que lhe aparecem à frente, sendo certo que leis defeituosas interpretadas por juízes pouco vividos na vida (já estou a criar juízos de valor, mas não consigo resistir) pode dar em acordãos e sentenças como esta.

Como medidas que o tribunal decretara há anos e que não foram cumpridas por Liliana, temos a seguinte lista:
Laqueação das suas trompas
Obtenção de emprego como forma de obter mais meios financeiros
Plano de vacinação das crianças em dia
Zelo pela higiene, vestuário e pontualidade na escola
e mais qualquer coisa que apareça

A laqueação de trompas estava logo à partida fora de questão, já que a sua religião não o permitia.
O pai dos filhos, que vive uma vida poligâmica com 3 mulheres, julgo ser "vidente" de profissão. Certamente que este lifestyle do pápá também não ajudou.

Acerca da proposta das assistentes sociais em retirar 7 dos filhos de Liliana nada tenho a referir, já que é o tribunal que decide de acordo com a lei e não elas.

Mas é realmente a decisão do tribunal que mais me impressiona em tudo isto, porque o lado afetivo que esta mãe tinha para com os filhos não é posto em causa, antes pelo contrário até é reforçado.

Basicamente, sendo o AMOR que uma mãe tem pelos filhos de carácter subjetivo, é certamente muito difícil de quantificar, e qualificar-se para os critérios a ter em conta pelo juiz ou grupo de juízes no momento da decisão.
É apenas a questão material e económica que está em cima da mesa, a par da laqueação das trompas como medida preventiva para evitar mais procriação naquela casa.

A decisão do tribunal em acatar a sugestão das assistentes sociais, certamente de acordo com a lei, revela o tipo de sociedade que parece estarmos a conceber e a aprimorar:

- O Estado concebe regras e instituições que vigiam e controlam as famílias considerada de risco, podendo atuar nos termos da lei na perpetuação ou não daquelas famílias
- O Estado intromete-se nas famílias, não porque a mãe ou o pai cometeram qualquer tipo de crime para com os filhos, mas porque correm-se riscos de não os tratarem bem, de acordo com as normas vigentes de higiene, educação, saúde que o Estado julga serem as mais adequadas para as crianças.
- O Estado decide se uma mãe deve ser forçada a laquear as trompas ou não como forma de a inibir em termos de procriação, atuando profilaticamente face a um potencial risco de desagregação familiar por haver filhos a mais

O edifício judicial que se está a construir em torno destas matérias é muito perigoso.
Quando há margem para exigir a uma mãe que laqueie as trompas sem esta ter cometido algum tipo de crime é já uma intromissão inadmissível na vida das pessoas.
Com decisões deste tipo estamos a construir uma sociedade em que os "iluminados" (alguns) sabem o que é melhor para o resto, e não hesitam em aplicá-lo, havendo instituições e poder para o fazer.

Não creio que as assistentes sociais e os juízes queiram o mal para a Liliana. Não creiam que haja prazer mórbido em tomar decisões desta natureza. Há sim uma vontade genuína dos juízes em fazer aquilo que eles e a lei acham que é o "real interesse da criança".
Como podem os juízes saber se o AMOR que a Liliana deixará de dar aos seus filhos será o melhor para eles.
O que é que é mais importante para uma criança?
Ser feliz mesmo tendo poucos ou nenhuns meios (nenhuma criança precisa de grandes meios materiais para ser feliz) ou,
ser-lhe retirado o amor maternal porque os meios materiais que a mãe põe à sua disposição são insuficientes, de acordo com as métricas que o Estado e a Lei definem?

Mais uma vez, as boas intenções da entidade Estado imperam, mas como já tantas vezes escrevi, de boas intenções está o Inferno cheio.
O Estado julga-se protetor e sumo sacerdote em questões desta natureza.

A ser mesmo assim, o edifício que se está a construir não é melhor do que se fez na Idade Média quando a Igreja assumiu o poder moral no Mundo Ocidental.

Também não é melhor do que o idealismo romântico alemão do século XIX, em que filósofos como Hegel exaltaram a força moral do Estado, e de como todos nos devemos reger àquilo que ele nos dita. Só assim seríamos livres, defendia ele. Todos sabemos em que tipo de regime desembocou o idealismo romântico alemão do século XIX

E também não é melhor do que defendeu Karl Marx (aliás, discípulo de Hegel) com a construção de um Estado que tudo controlaria, dando máxima liberdade ao proletariado para se defender do jugo opressor do patronato. Era tão bom tão bom que as classes sociais tenderiam naturalmente a desaparecer com este tipo de regime. O povo ficaria livre... do patronato, mas escravizado das regras centralizadas que alguém também achava que era o mais adequado para elas.
Também sabemos que tipo de sociedade se construiu baseada no idealismo de Marx.

Continuamos a não querer aceitar que pouco ou nada sabemos da vida humana e da sua complexidade.

Continuamos a julgar que sabemos o que é melhor para o próximo, sem sequer olharmos para o espelho. Terão os juízes ou as juízas mais Amor para dar aos seus filhos do que tem Liliana para dar aos seus?

Continuamos a aspirar pela sociedade perfeita, controlada nos comportamentos e limitada pela força da lei.

E será que este afã protetor e controlador do Estado para com os seus cidadãos irá alguma vez parar?

- Câmaras de vigilância dentro das casas de famílias "problemáticas"?
- Drones a sobrevoar cada escola?
- Instituições de ensino e educação para jovens que deixaram de receber o amor dos pais? Não seria muito diferente do projeto Lebensraum de Hitler

Enquanto sociedade, se quisermos mais proteção, teremos que comer sempre menos liberdade individual no prato.
Não dá para termos liberdade individual em simultâneo com um Estado que se substitui à liberdade das pessoas quando julga que estas não cumprem regras "higiénicas" definidas na lei...

Temos que escolher a dose que queremos de República e a dose que queremos de Tirania. O melhor dos dois mundos não é possível.

Alegadamente, quando a Liliana disse ao juíz que a sua religião não permitia a laqueação das trompas, este terá respondido:
«O que o juiz me disse foi que tínhamos de deixar em África os nossos hábitos e tradições e que aqui tínhamos de nos adaptar»

A arrogância intelectual e a soberba cultural costumam produzir homens e mulheres com este tipo de ideias.

Entristece-me que o que se fez à Liliana possa ser feito a mim ou a vós, só porque alguém considera que os nossos critérios materiais e educativos são insuficientes em função das métricas que alguém estabeleceu e tomou em forma de lei.

Tiago Mestre

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Carris molhados = falta de aderência = acidente ! CERTO? ERRADO

Não consigo acreditar nesta hipótese que foi avançada pelo comissão que estudou preliminarmente o acidente, sinceramente. Não quero atribuir qualquer juízo de valor aos 4 investigadores, que desconheço obviamente.

É referido no relatório que a sinalização funcionou, ou seja, que indicava ao maquinista que este deveria travar e imobilizar o comboio. O Intercidades chocou a 42 Km/h, o que indica que a travagem estava acontecendo. Em circunstâncias normais ele circula por aquelas paragens a 120Km/h.

Se o maquinista frenou o comboio, inclusivamente recorrendo à injeção de areia nos carris para melhorar a aderência das rodas, nada se pode depreender acerca do correto funcionamento do sistema automático de travagem e controlo de velocidade (CONVEL). Pode estar bom ou pode estar mau, na medida em que não foi necessário recorrer ao sistema, segundo percebi.

Acerca da travagem não ter sido eficaz por ter havido deslizamento, tal explicação dificilmente colhe.

Muitas são as circunstâncias em que viajo de comboio Intercidades, a chover, de dia ou de noite, e em várias ocasiões percebi que quando o maquinista recebe um sinal amarelo, inicia a travagem de imediato, de forma mais ou menos veemente em função das necessidades, e para que tal operação seja concluída com sucesso, o posicionamento e o distanciamento dos semáforos entre si é calculado em função da capacidade de travagem dos comboios.

Basicamente, quando o maquinista passa por um semáforo com luz amarela, é-lhe concedido tempo e espaço para travar a composição para velocidades a rondarem os 20km/h, independentemente da velocidade a que vinha (até podia vir a 200Km/hora, velocidade atingida pelo Intercidades em muitos troços da linha), até conseguir visualizar o semáforo seguinte ou ser informado na locomotiva qual a cor do mesmo, e que no caso de estar vermelho, obriga ao maquinista a imobilização completa do comboio. Caso não o faça, o CONVEL trava o comboio automaticamente.

O que quero dizer com isto é que a partir do momento em que o maquinista do Regional se apercebeu que tinha eventualmente falhado a travagem tendo ficado para lá do semáforo, NA LINHA PRINCIPAL e com um Intercidades a 8 minutos de embater na sua traseira, poderia ter informado quem de direito acerca do problema, havendo tempo mais do que suficiente para que os semáforos a montante alterassem a sua cor para vermelho, permitindo à composição que vem atrás travar a tempo.
O próprio maquinista do Regional poderia ter avançado ou recuado a composição, permitindo que a agulha atuasse e entrasse assim na linha certa, saindo daquele local altamente perigoso. Nada disso foi feito.

Cá para mim o maquinista do Regional, que até pode ter estranhado ter-se mantido na linha principal, já que o costume é sair para a linha secundária, achava que estava tudo bem mesmo tendo falhado a travagem e ultrapassado um sinal vermelho, já que confiou que os semáforos iriam mandar parar o Intercidades bem lá mais atrás.
Foi tão surpreendido com um Intercidades pela traseira da sua composição como os passageiros que transportava.

É esquisito que a Comissão de Inquérito tenha informado que os semáforos estavam bons, que ambos os comboios travaram/deslizaram, e mesmo assim tenha havido colisão. Tentou-se justificar com o tal "deslizamento", mas que a inspeção visual efetuada aos carris não corroborou, já que nada de anormal encontrou.
Fica algo por explicar.

Na notícia do Público de hoje lê-se:
"Inquérito não detetou causas do "deslizamento" que provocou o acidente..."

E eu acrescento:
Não se detetaram causas do deslizamento porque NÃO HOUVE deslizamento nenhum! Pode ter havido uma travagem falhada porque esta começou tarde, talvez devido a uma informação errada por parte dos semáforos.

Mas considerando hipoteticamente que até houve deslizamento, então o mesmo se deve ter passado com os outros comboios que por ali travam diariamente em noites chuvosas. Os comboios são todos semelhantes, os sistemas de travagem também, a linha é a mesma e a inclinação também, portanto as leis da Física não aceitam exceções.

Cheguei a ler que a inclinação da linha (a descer) poderia ter favorecido o "deslizamento".
A zona em questão é relativamente plana, e desde o apeadeiro imediatamente antes - Vila Nova de Anços - que fica a mais de 5 quilómetros de Alfarelos, a linha é completamente plana.
5 km de extensão de linha plana é mais do que suficiente para um comboio travar dos 200 ou 120km/h até 0 Km/h.
Em condições normais, um comboio de passageiros que faça uma travagem de emergência precisa de 800 metros aproximadamente para ir dos 120 km/h até 0 km/h.

A ser verdade a tese do deslizamento, então tal só pode significar que aquele troço há muito que era fonte de problemas em todas as noites chuvosas de inverno. Todos os Regionais têm que travar para parar em Alfarelos, e portanto aquilo só podia ser um exercício frequente de perícia do maquinista em conseguir travar a tempo. Sinceramente não me parece plausível. E como os horários dos comboios são muito constantes ao longo do ano, é de prever que todos os dias àquela hora se repita a ocorrência "Regional para em Alfarelos para Intercidades passar". O Inverno de 2012/2013 tem sido abundante em chuva, e certamente que a falta de perícia de um de outro maquinista naquelas circunstâncias tão específicas já teria dado em alguma asneira, e devidamente reportada a quem de direito. A ser assim, há muito que o perigo espreitava e ninguém fez nada...

A linha do Norte há mais de 15 anos que anda a ser remodelada em vários troços, e se este é assim tão problemático e perigoso, qualquer coisa já se teria feito.

Parece-me muito mais provável que a reativação dos sistemas de gestão dos horários e da linha 24 horas depois do temporal não tenha tido em consideração a ordem automática para que AQUELA agulha específica estivesse acionada ANTES daquele Regional chegar à hora do costume.
Já lá vai o tempo em que eram homens que iam (às vezes de bicicleta) mudar manualmente a posição da agulha no próprio local, obrigando à paragem do comboio antes da agulha sempre que esta ainda não tinha sido mudada pelo funcionário.
Em Alfarelos inicia-se o ramal da Figueira da Foz, e a Estação em si possui várias linhas e muitas agulhas. No Google Earth contei pelo menos 35 agulhas, ou seja, não é uma estaçãozinha qualquer..

PARA O REGIONAL SE TER MANTIDO INDEVIDAMENTE NA LINHA PRINCIPAL, A AGULHA QUE PERMITIRIA AO REGIONAL SAIR DELA NÃO ESTAVA ACIONADA !

Ou seja, mesmo que o Regional tivesse deslizado por ali afora que nem pé em casca de banana, se a agulha estivesse acionada, teria sempre deslizado para a linha secundária, deixando a via principal desimpedida.

Leiam esta notícia do Público à Uma da tarde de Domingo:

A circulação ferroviária entre Lisboa e o Porto já foi restabelecida na madrugada deste domingo, mas uma avaria na sinalização electrónica na zona de Pombal está a provocar atrasos nos comboios.
A Refer não tem previsão para a resolução deste problema, mas não há comboios suprimidos, embora sejam expectáveis atrasos durante todo o dia nas ligações entre Lisboa e o Porto.
A avaria na sinalização foi motivada pelas falhas de energia eléctrica na zona de Coimbra no sábado, devido ao temporal, que provocou danos nos circuitos de via.


Alfarelos fica entre Pombal e Coimbra!
Estão a ver o filme?
Os comboios só começaram a circular no Domingo, com atrasos, e com uma avaria na sinalização eletrónica por aquelas bandas ainda por resolver   !!!!!!!!!
Quando é que a avaria foi resolvida? Não sabemos..
Provavelmente às 21 horas e 20 minutos de segunda-feira, hora aproximada do acidente, a avaria ainda persistia, e pumba catrapumba.

Estive a consultar no site da CP os horários dos comboios à segunda-feira:
- O Regional parte de Pombal às 20.49 em direção a Alfarelos, onde tem hora de chegada às 21.12.
- O Intercidades que vem imediatamente atrás, parte de Pombal às 21.05 (15 minutos depois do Regional) e deve cruzar Alfarelos pelas 21.20 a uma velocidade de 120 km/h .

Se o Regional circulava a horas e chegou realmente a Alfarelos às 21.12, esteve 8 MINUTOS imobilizado na linha principal sem que nada se tivesse feito, até ter levado com o Intercidades pela traseira.

Nestas circunstâncias, 8 minutos é uma eternidade.
Dava mais do que tempo para:
- Acionar os dispositivos de sinalização e informar o maquinista do Intercidades para travar
- Retirar o Regional dali pra fora e mudá-lo para uma linha secundária
- Ou até dar ordem de marcha ao Regional para que avançasse até Coimbra-B, a estação seguinte, saindo dali pra fora e desimpedindo a linha principal

A informação oficial é que o Regional foi obrigado a travar por indicação do semáforo amarelo, e por causa do deslizamento falhou o cumprimento do sinal vermelho seguinte que se encontrava mais à frente, já à entrada da Estação. O problema aqui é que circulava atrás dele um Intercidades a 8 minutos e a 20 km de distância, a pelo menos 120km/h e que não tinha que parar em Alfarelos!

Se o Regional deveria parar no semáforo Vermelho à entrada da Estação, então o Intercidades deveria ter parado no semáforo Vermelho anterior, que tinha sido Amarelo para o Regional. Desta forma teríamos comboios a travar e a imobilizarem-se em troços diferentes, baseados em sinalização independente.
Mas não foi isto que aconteceu!

O que aconteceu foi que o SEMÁFORO QUE FOI AMARELO PARA O REGIONAL TAMBÉM O FOI PARA O INTERCIDADES, e a mesma coisa para o semáforo vermelho à entrada da Estação. Ou seja, instruções semelhantes para comboios que seguem na pegada um do outro e no mesmo troço. NÃO PODE!

Os semáforos instalados ao longo da linha servem de baliza, e têm como objetivo limitar a marcha do comboio que vai atrás em função da marcha do que vai à frente. Se o da frente parou num semáforo, o de trás deveria parar pelo menos no semáforo anterior, digo eu, e só depois do comboio da frente arrancar e sair daquele troço é que o comboio de trás pode arrancar e entrar nesse mesmo troço.

- E porque é que o sinal estava vermelho à entrada da Estação de Alfarelos?
Talvez porque a agulha ainda não estava na posição que permitiria ao Regional sair da linha principal.
- E porque razão não estava a agulha na posição correta?
É que dificilmente haveria movimento naquela linha secundária àquela hora, até porque estava escalonado aquele comboio utilizá-la.

Conclusões
- O sistema automático falhou porque vinha de um processo de reiniciação deficiente 24 horas antes,
- A sinalização naquela zona estava inoperacional ou bastante limitada, tendo induzido os maquinistas em erro, sobretudo o do Intercidades, que só acabou por travar no mesmo troço onde já se encontrava o Regional
- E ninguém se apercebeu que o Regional tinha parado na linha errada e que deveria sair dali pra fora o mais depressa possivel, nem mesmo o seu maquinista, apesar de que a travagem falhara e o semáforo vermelho fora violado.
(provavelmente àquela hora já o Chefe da Estação estaria a jantar, confiante que os automatismos estavam a funcionar corretamente, e também não deu por nada)

Estou mesmo a imaginar a expressão na cara do Chefe quando viu aquele cenário dantesco na "sua" estação.

E ninguém apresenta a demissão? da CP? da REFER? Ministro dos Transportes?

E já agora, quem é que vai pagar todo este prejuízo?
Pois... a CP é uma empresa pública, já me esquecia!

Perdoem-me a insistência neste assunto que pouco tem a ver com economia, mas tudo isto cheirou-me muito a esturro desde que li as notícias e escrevi o post anterior.
Com esta avaliação, o cheiro intensifica-se ainda mais.

Tiago Mestre

Escrita em dia


Blogue: O Insurgente

Relvas Ex Machina



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A comunicação social e as comunidades blogosférica e facebuquiana não se cansam de destacar aquilo a que apelidaram de “a derrota de Relvas“. Não sejamos assim. Quando um Relvas perde, uma quota parte de empresários angolanos e destacadas figuras da sociedade brasileira, dos centros decisórios de Brasília à esgrima das negociatas financeiras de São Paulo, perdem. Certos senhores de barba rija que trajam de avental em terras lusas em rituais dignos de Hogwarts perdem. Centenas de caciques locais, a quem a graça não dotou de qualquer talento que seja conhecido do público, são abandonados à sua desorientação. A política, a economia, a vida alheia, em toda a sua mesquinhez e promiscuidade, desalinham-se dos “affairs” do quotidiano, do nobre beijo do compadrio. Uma derrota do Relvas é uma efeméride para toda a galáxia. E cada vez que este sai enfraquecido, a Lei de Murphy, assola a comum vivência do mundo como estas sinistras personagens o conceberam.

Pessoalmente, não vejo com bons olhos uma privatização conduzida por este senhor. Da mesma forma como tenho vindo a reprovar esta onda de  privatizações “à Yeltsin”. Enquanto a reconciliação entre o Estado e o livre-mercado proceder deste modo, as distorções ao último serão tão ou mais acentuadas como têm sido. Ao que parece – e esta análise corre o risco de ser um pouco redutora – a agenda do PSD, que nada deve ao liberalismo, corresponde, em parte, à agenda de um homem que, numa primeira fase do plano se socorreu dos comparsas para alcançar o poder e que, numa segunda fase, parece estar empenhado em pagar a factura. À custa, claro, do tal desgraçado de costas largas: o contribuinte.

A ser verdade, Gaspar está de parabéns

Travagem a fundo nos gastos come desvio negativo na receita fiscal

Nos três últimos meses do ano a compressão nos gastos – diferente de consolidação – logrou um desvio positivo de 1,6 mil milhões na despesa


Se Vitor Gaspar percebeu em Outubro que as receitas estariam a derrapar, e deu ordens para corrigir algumas despesas, só pode estar de parabéns.

Se as eliminou ou se as adiou para 2013 é outra história, mas para já fez o que podia fazer.

Notícia aqui

Tiago Mestre

O défice público irá pagar-se com crescimento económico..

Já não é o primeiro economista a dizê-lo:

Portugal, a partir do momento que tem as suas contas com o exterior mais ou menos equilibradas, apenas precisa de controlar o seu défice público, e para tal não deve castigar mais o setor privado.
É pelo crescimento deste e não pela redução da despesa pública que deveremos apontar as nossas baterias..

É mais ou menos isto que li do excerto da entrevista do António Borges à Rádio Renasncença.

Apetece-me dizer:
Oxalá tivesses razão e era bom que fosse assim tão fácil.
MAS:
- Com toda a desalavancagem que ainda é preciso fazer no setor privado, em que famílias, empresas públicas e privadas devem aos credores aproximadamente 500 MIL MILHÕES DE EUROS para um PIB de 166 mil milhões
- Quando temos um endividamento com o exterior (não sei se bruto ou líquido) de mais ou menos 2,5 vezes o nosso PIB, ou seja, acima de 400 mil milhões
- Com uma economia em que o setor dos serviços emprega mais de 70% da população e pouco exporta
- E sabendo nós que a redução do défice da balança comercial se deve mais à redução das importações do que ao aumento das importações,

Parece-me pouco provável que a economia já esteja reequilibrada, prontinha para descolar e cheia de energia para contribuir com mais impostos que eclipsarão um défice público ordinário de 10-11 mil milhões de euros.

Mas eles é que sabem, ou então sabem alguma coisa que nós não sabemos.
Será que de Davos alguém telefonou ao Borges a dizer que as malas cheias de dinheiro já vêm a caminho?

Tiago Mestre

Ei-lo de volta



José Sócrates justificou a sua vida em Paris com empréstimos bancários e mesadas da família.


Sobre a família, invejo-o: eu, da minha, só recebo meias e cuecas. Sobre o banco, qual será?
Em época de aperto, o engenheiro podia partilhar com os nativos essa instituição benemérita que não lhe fechou a torneira. Até porque os portugueses continuam a pensar que ‘viver da dívida’ não é, como dizia o engenheiro, ‘coisa de crianças’. Basta ver a excitação com o regresso de Portugal aos mercados. Uma boa notícia? Depende: se a economia não der sinais de vida; se o desemprego persistir em não descer; se a dívida pública continuar a galopar; se o Estado permanecer irreformado; se a espoliação fiscal se mantiver – enfim, regressar aos mercados será sempre regressar ao lugar do crime.
A menos que Portugal arranje uma família como a de Sócrates. O tio Draghi, por mais generoso que seja, não chega para tanto.

Comentário:
Com tanta dúvida no ar sobre a proveniência dos rendimentos de Sócrates após este ter promovido o maior endividamento de sempre em Portugal o que se deveria ter sido feito se estivéssemos num país normal? Justiça era a palavra.
Mas como estamos onde estamos ficamos apenas:
- sem saber porque o tribunal constitucional nada tem a dizer se é constitucional atirar um país para a bancarrota;
- sem saber porque não são investigadas todas as irregularidades encontradas pelo tribunal de contas;
- sem saber porque há tribunais que não querem julgar (CASO 'TAGUSPARK' FOI EVITADO POR TRÊS TRIBUNAIS);

Um verdadeiro Estado de Direito só funciona quando o exemplo vem de cima. E como tal os tribunais em Portugal valem o que valem, ou seja, nada, pior ainda os tribunais mais do que representarem os seus cidadãos são apenas mais uma despesa acrescida às várias despesas para ir mantendo este "Estado Indireito".
Já que nada se pode esperar deste "Estado Indireito" tomei a liberdade de recorrer a quem pode funcionar como última instância de reserva moral de uma sociedade, o tribunal do povo.
 Aqui ficam alguns vereditos:

"Só lamento que o Eng. não tenha ficado mais 6 meses no governo para os portugueses ficarem a saber o que é um País na bancarrota. Estava na Argentina quando se deu a bancarrota foi muito engraçado foram dias muito felizes."

"Familiares!!!! Não tinha conhecimento que o José Sócrates é familiar de todos os portugueses."

"Além de viver à custa de familiares, pergunto: Se não tem dinheiro, como é que vai pagar ao banco? Agora é que é caso para dizer: "Sapatos de verniz com as solas rotas"!"

"Deve ter pedido dinheiro ao Bpn."

"Já roubaste...enches-te com o dinheiro dos Portugueses...agora por favor não gozes mais com isto... já chega os que estamos a passar. Não sei como estes gajos dormem a noite sabendo que há pessoas com fome devido a eles!"

"Não tinha conta poupança, ficava na miséria. JORNALISTAS descobriram,383Milhoes,numa conta de Família. Foi a trabalhar. Divida de 2001 para 2009,passou de 61% de PIB para 116%.ALGEUEM USURPOU ESSA MASSA. Tugas fáceis ENGANAR"

"Mim engana que eu gosto, ele que fique eternamente em Paris estudando a sua filosofia, pois por aqui não precisamos de mais filosofia."

"Claro que sim... São os meus familiares, e os de toda a gente que pagam este bandido/ ladrão."

"Finalmente a confissão do Sócrates! Claro que pediu dinheiro aos Bancos, ou melhor, exigiu-lhes dinheiro como contrapartida dos negócios pouco claros que patrocinou aos amigalhaços..."

"Também tem o empréstimo do apartamento. Tem dois filhos a estudar. É muito empréstimo junto. É fazer as contas. Já parece o Campos ex-obras públicas, que era o pai que o ajudava. Não acredito."

"Mas que banco é que ia emprestar dinheiro a um individuo para ir beber vinho de 600 euros para os restaurantes mais caros de Paris? Não conheço esse tipo de empréstimo. Conta outra."

"Há gente a matar-se por causa do estado em que este indivíduo e sua quadrilha maçónica deixaram o País. Quadrilha que continua lá, ou não fosse Relvas outro destacado membro da seita."

"E os bónus das PPP(s) Freeport); Cova da Beira; Tagus Park; Fundações e outras situações análogas? Durante 6 anos houve tempo para encher o saco. Agora paga povo..."

"Roubam-nos e ainda por cima nos chamam parvos. Se calhar somos mesmo, estamos permanentemente a ser roubados e ainda por cima curvamos a espinha para agradecer. 
Não há ninguém em Paris que parta o nariz ao Pinóquio?"

"Já vi que o Sócrates não perdeu a sua maior característica...continua mentiroso."

"Como é que é possível este gatuno, que nos encravou a todos, viver à grande e à francesa com o nosso dinheiro??? Ninguém abre um inquérito à fortuna desta gente?"

"Acredito que tenha pedido dinheiro ao banco, só que as pessoas não são assim tão otárias como ele julga."

"Só fica bem agora os familiares ajudarem, pois ele os ajudou quando pode...."

"Do que é que estão à espera para mostrar ao exterior de que a corrupção não é aceite neste país? De que é que estão à espera para prender este gajo?"

"Para os mais crentes Um abraço do amigo."


Encontrados aqui






quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mais valia perguntar quem está interessado

Em entrevista à RTP, o ministro Miguel Relvas afirmou ter sido "mandato" pelo Governo para iniciar um "ambicioso" processo de reestruturação no canal público.

notícia aqui



Comentário: Mais valia o governo dar uma indicação à EDP para esta questionar aos seus clientes se estes teriam interesse em renovar a taxa do audio-visual.


É tempo de se abrir os olhos


Cada vez mais as notícias aportam-nos a cenários surreais. Fantasias criadas de cima para baixo por colectivistas que deixaram de viver a realidade e de entender como funciona o modo básico de vida e passaram a se prostituir como meros mercenários de ideologias socialistas. 

Apresentam todo tipo de ideias e soluções mirabolantes para resolver os problemas de uma sociedade que até incluem que o melhor projeto para as pessoas seja a própria morte. E o problema atinge uma gravidade extrema quando vemos esta classe de mercenários a assumirem os comandos de poder e a procurar pregar estas medidas até ao limite a bem do Estado e de um bem comum que ninguém sabe qual é.

E o que se perdeu? O que ficou para trás? A liberdade das pessoas.


Hoje vemos dia-após-dia toda uma civilização ocidental a decompor-se pela força do planeamento central, já muito escrito e decomposto aqui no blogue, fenómeno este que tem como grandes e principais objetivos em alimentar e fazer crescer um sistema de poder de estado, a proteção cega de um sistema financeiro que já não serve e manter na ordem do dia uma agenda global com o mote "O que serve para um, serve para todos". 

Ainda para mais tentam fazer crer aos mais incautos que o modelo em prática, é o modelo capitalista. Ora tudo isto é a antítese do capitalismo, pois o capitalismo acredita na liberdade e no empreendedorismo de cada indivíduo como a melhor fórmula de sucesso. Agora o capitalismo não se deve focar exclusivamente no individualismo mas dar também espaço a que este se abra à comunidade, de forma a preservar e a manter a tradição e a moral ao meio onde está inserido, que são os pilares básicos para o bom funcionamento de uma sociedade.

Mas a realidade que encontramos hoje é bastante adversa e imprevisível, temos uma economia que se encontra em um estágio de completa manipulação caminhando alegremente em uma ponte fina sobre um abismo, uma sociedade que não vislumbra qualquer futuro que está refém e crente de um estado que se propõe como última instância ser "o salvador para todo os problemas".


É tempo de se abrir os olhos.



A emissão de divida



Ontem foi o dia de celebração, Portugal regressou aos mercados e como já o Tiago escreveu houve logo gente a apelidar de "jogada de mestre" e etc. que as reformas estruturais estavam já a fazer efeito e mais não sei quanta treta.

A realidade é outra, como o Tiago já explicou senão aqui no Contascaseiras, os investidores andam atrás de
yield que lhes permita algum retorno, como a maioria do retorno dos países ditos seguros está abaixo da inflação, estes desviam o seu investimento para activos com maior risco, entrando aqui a divida nacional, um investimento de alto risco.

A comunicação social, como sempre, não informa, mas antes desinforma, embandeirou em arco, como se uma taxa de 4,9% para a actual conjuntura nacional fosse algo de positivo, sim melhor que 5%, mas pior que 4,8%.

Vamos ver a realidade, a divida não para de aumentar, já vamos acima dos 120% do PIB, nada de estrutural na sociedade foi modificado, o que o Governo tem feito é uma tentativa de manter tudo mais ou menos na mesma, a tentativa de manter o status quo.

Como disse Sócrates e nesse capítulo tenho de lhe dar razão, o que se quer é gerir a divida e não paga-la, só um louco(politico) pensa ser possível pagar a divida, mas há que manter a ilusão.

A manipulação é forte, a intervenção do BCE mandando o seu mandato às urtigas é o responsável pelo "bom" regresso aos mercados, reparem o que o Estado fez não é mais rollover de divida, trocar divida antiga por nova, se formos ver não é mais do que quando uma familia contrai um empréstimo a uma taxa maior para pagar um empréstimo vencido a uma taxa menor, a deco diria que esta família esta falida.

Os problemas continuam a não ser resolvidos, mas sinceramente alguém acredita que os politicos iram resolver o que quer que seja? Claro que não

Estes só se preocupam em manter o seu sistema a operar, que interessa que a maioria da população se lixe (para não dizer outra coisa pior) se os seus esquemas continuam a funcionar?

Falam de austeridade, sou favorável a isso, só com poupança o país crescerá, mas o que vemos não é isso, o único que foi feito foi aumentar os impostos, e esmagar o poder de compra de forma a que as pessoas importem menos, como se as importações fossem algo negativo, mas isso é outra história.

O que se perspectiva é o assassínio da galinha dos ovos de ouro, matar a economia na tentativa desesperada de manter a flutuar o sistema de que os estatistas dependem.

Agora houve se que com o regresso aos mercados é o tempo para o investimento, interessante não se reduz divida, aumenta se e já se fala em mais divida.

Os estatistas não aprendem, são 20anos de politicas de investimento publico estupidas que retorno nenhum deram, apenas deixaram uma divida asfixiante e o que querem fazer? Seguir pelo mesmo caminho.

Einstein dizia que "a insanidade é fazer a mesma coisa várias vezes e esperar um resultado diferente", vivemos num país insano.

Li num outro blog, não me recordo qual, que o Marcelo Rebelo de Sousa, por quem um professor meu na universidade disse algo que até hoje continuo a concordar "partilho da mesma opinião que o Prof Marcelo excepto quando tenho opinião sobre o assunto", veio dizer que o país sempre teve um Estado pesado, o Vivendi mais que uma vez focou o facto de que em 1974 o peso do Estado era de 15% na economia, com uma guerra colonial. O que a democracia e os politicos fizeram tornaram todos dependentes de um sistema mirabolante e que nos está e vai sair muito caro.

Já algum tempo deixei de ver televisão portuguesa, principalmente os telejornais, não informam vendem a propaganda dos jornalistas, só assim se explica como dão tanto tempo de antena a um  partido como o Bloco de Esquerda, alem de não ter expressão popular é um atentado a liberdade tal qual a compreendo.

O futuro continua sombrio para os portugueses, o governo vai matar a economia, não tendo coragem para enfrentar o lobby dos funcionários públicos, bem como o lobby das empresas crony.