quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O vandalismo revolucionário

Escreve Alexandre Gady: “Não há termos para exprimir a comoção de quem vê a escultura da “Virgem com o Menino”, do século XIII, sendo destruída à martelada. Não há palavras para descrever o que é presenciar uma catedral medieval ser dinamitada e reduzida a escombros (...)
Não há igreja, castelo ou cidade que não ostente tal estigma. Juntamente com os objectos e monumentos religiosos, as destruições mais sistemáticas voltaram-se contra as efígies reais. Com excepção de uma estátua em pé de Luís XIV, de Coysevox, poupada por milagre (encontra-se no Museu Carnavalet), não foi preservada nenhuma das estátuas equestres ou pedestres que ornamentavam os palácios reais e os edifícios públicos. Foram todas derrubadas, despedaçadas, espalhadas, pulverizadas (...)"
Em Setembro de 1792 foram massacradas em Paris 1400 pessoas pelos revolucionários. Enquanto matavam, elaboravam as Declaração dos Direitos Humanos.
“Destruam a Vandéia!” (Barrère); “A Vandéia deverá ser um cemitério nacional” (Turreau); “Serão todos exterminados” (Carrier); “Essa é uma gente maldita” (Lequinio).
De facto, a população de Vendéia foi objecto de um inacreditável empenho de extermínio. Prisões, campos de prisioneiros a céu aberto e barcos-prisões afundados tornaram-se leitos mortuários. No afã de acelerar os processos, recorria-se à guilhotina, aos fuzilamentos em massa e aos afogamentos. Mulheres e crianças não escaparam à carnificina. Os próprios revolucionários relataram as piores atrocidades. Do total de uma população calculada em 815.000 pessoas, a incursão republicana na Vandéia matou 117.000 habitantes - como consequência de uma “chacina populacional” cujos métodos inspirariam, no século XX, figuras como Lenine e Pol Pot.
À Igreja Católica coube oneroso tributo: a perseguição anti-religiosa, na Revolução Francesa, foi de uma extrema crueldade. Nela foram assassinados oito mil sacerdotes, religiosos, religiosas, e muitos milhares de leigos.
François Furet, partidário da corrente “revisionista” da Revolução Francesa, afirmou que o processo revolucionário trazia em si os germes do Terror. Por outras palavras, o período do Terror não teria sido apenas um episódio marginal, pois toda a Revolução Francesa ficou impregnada pela violência cruel e ferocidade sangrenta.
Os revolucionários de hoje, tal como os seus predecessores, também são "companheiros de viagem" da Revolução radical, consolidando à sua maneira as “conquistas” passadas, obtidas no decurso do período sangrento.
A Revolução Francesa é a matriz inspiradora da revolução comunista. O descrédito da segunda repercute-se sobre a primeira. Se as duas revoluções estão em crise irreversível, a alternativa lógica só pode ser aderir à Contra-Revolução.

Guilherme Koehler


1 comentário:

Lura do Grilo disse...

Mas sobre aquela farsa de manifestação de alguns dirigentes europeus e não só, bem guardados por atiradores especiais em todos os locais, lá aparecia um jornalista a falar do "beço da liberdade, igualdade e fraternidade". Estes tempos da internet para tudo favorece não a verdade mas a abundância dos lugares comuns, do mainstream e da carneirada