sexta-feira, 29 de maio de 2015

Livre mercado em Portugal II

Porque é que tem que haver licença ou registo para vender, se o comprador e o vendedor estiverem de acordo? O Estado é como o cão que se mete na cama do casal quando estes estão quase a consumar e que se recusa a sair.

Remoques


6 comentários:

Euro2cent disse...

Porque quando for preciso chamar a polícia é o Estado que tem de limpar a trampa.

Portanto se querem ter propriedade e transacções garantidas, paguem.

Chiça, não é dificil.

(E não venham com tretas de chico-esperto "Ah, mas o primo do meu cunhado faz isso mais barato, e fica bom na mesma." Não fica.)

Francisco Miguel Colaço disse...

Euro2cent,

E porque é que um uqalquer agricultor não pode vender a couve a quem quer comprar, apenas porque não é produção registada, vendedor registado em local registado e dita produção local?
Revertendo ao artigo, que escrevi, porque é que o Pedro não pode vender em Coimbra as couves do José e do Francisco que estes cultivam na Covilhã, a pessoas que querem comprar? Porque é que o Estado se tem de meter a meio e proibir a livre vontade de compradores desejosos e de vendedores disponíveis?

Euro2cent disse...

> a livre vontade de compradores desejosos e de vendedores disponíveis?

Isso como questão de príncipio não colhe, pelo que disse acima e não vou repisar. Se se aplica aos prédios e carros, também se aplica às couves.

Agora, aquilo de que se estão a queixar é outra coisa, é de que o "de minimis non curat lex" está com o grão cada vez mais fino.

Podem agradecer aos computadores e telecomunicações, que permitem registar e verificar isto tudo relativamente barato, e à comunicação social livre, que assarapanta o gado com todos o casos de faca e alguidar que pode.

É por isso o nariz frio do estado está bem metido entre marido e mulher, onde dantes não se podia meter uma colher. E qualquer tougo quer garantias de que o produto que compra não lhe dê uma diarreia, e se der quer ser ressarcido do facto.

Não estou a ver jeitos de a coisa melhorar. Julgavam que estas tretas da tecnologia e liberdades eram só maravilhas? Habituem-se.

Francisco Miguel Colaço disse...

As leis devem proteger e facilitar as transações, não impedi-las.

Querem ter crescimentos de 7% na nossa economia? Façam o que se fazia nos anos 70, antes da Abrilada. Não é preciso legislar as minudências, e raramente isso traz bons resultados.

Vivendi disse...

"Porque quando for preciso chamar a polícia é o Estado que tem de limpar a trampa."

Vai chegar em breve o tempo em que nem será mais preciso chamar a polícia, eles virão ter connosco sem os termos chamado.

http://expresso.sapo.pt/sociedade/policias-vao-receber-bonus-por-multas-e-detencoes=f915024


"Querem ter crescimentos de 7% na nossa economia? Façam o que se fazia nos anos 70, antes da Abrilada. Não é preciso legislar as minudências, e raramente isso traz bons resultados."

Esse tempo faz falta a Portugal como pão para a boca.

http://viriatosdaeconomia.blogspot.pt/2015/04/a-lisboa-em-1950.html

Euro2cent disse...

Não vão tornar a tomar banho nesse rio, como explicou o Heráclito.

A mim também me repugnam as mentiras com que as oligarquias republicanas platónicamente bandarilham o gado, mas é escusado puxar da saudade para encontrar respostas.

A cantiga do Marx sobre a infraestrutura determinar a superestrutura tem muita verdade, e os nossos donos sabem isso, e tocam a música relativamente bem. Estão muito perto de poder saber, momento a momento desde o nascimento, onde esteve e o que fez cada cidadão de um país industrializado, se tiverem interesse em tal.

O Orwell pensou nisso, mas lá está, estava a planear a guerra anterior. Como é óbvio, os métodos do século XX estão irremediávelmente obsoletos. O camarada Huxley acertou melhor - persuasão, sedução, cooptação, segmentação - "a violência é o último recurso dos incompetentes". Não foi ele que disse, mas é o que se passa, deixa-se a "ultima ratio" para os irredutiveis externos, e entretanto desinfecta-se ideológicamente o interior do perimetro.